terça-feira, 2 de novembro de 2010

Não há título, Fiz p/ ti a quem pertence meu coração!

Desta vez o sol estava ao leste,
Enfeitando o vibrante azul do céu
Colorindo as nuvens num tom alaranjado;
A brisa soprava dentro do meu ventre.

Entre perguntas e sorrisos,
Desvios e negações.
Foi a frieza daquelas palavras,
Me fez parar o olhar.

Uma face tão expressiva,
Quanto quadrinhos sem imagens,
Como um pássaro em cativeiro,
Como Guns sem Slash,
Saber sem Emya.

O sorriso pousava
Sempre no mesmo canto dos lábios,
Havia pintas na sua pele de mármore.

Suas vestes lembravam
Um tempo de repressão.
Foi como ver a mim
Em outra versão.

Sua pretensão, o fez
Desacertar aquela questão.
Erro que fez de cada dia
Uma nova canção.

Foram inúmeras as noites
Que me afastaste o sono.
Em uma delas me falou
Sobre os ciscos nos seus olhos.

Ao despedir do luar
Esperava ansiosa
Para ver o que não se fazia notar.

Era para ser uma noite
mais escura que o normal,
mas com facilidade tudo se via.
E o som medieval foi substituído
Por pop rock nacional.

Lentamente senti o calor
Que jamais esqueceria,
Os lábios que sempre desejaria,
O abraço pelo qual suplicaria.



A partir de então a Av. Paulista
Tornou – se testemunha
Daquilo, cujo surgimento
É inexplicável.


Apresentou – me o melhor som do mundo,
Deixou-me ver o brilho
Dos seus olhos castanhos
E tocar seus intocáveis cabelos.

Foste a tela, fui o pincel,
Pintamos um pôr do sol ao leste.

Foste o torno, fui a argila
Esculpimos o Arthur e a Sophia.

Foste o regente, fui a batuta,
Regemos lágrimas e sorrisos.

Como “John Stockwell”,
Dirigimos gargalhadas e gritos.


E hoje neste dia nublado,
Ao som de Chico Buarque
Estás nos cantos da minha casa.

Na janela do meu quarto,
No sofá,
Na caixa de sucrilhos,
Nos ovos mexidos,
No toque do meu celular.

Descobri o que manchou
as páginas do meu livro,
Foram as lembranças
Do seu pulsar, do seu amar,
Da vida sobre o seu olhar.

Um comentário:

Mandi disse...

Please excuse me I never meant to break your heart... :(